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INTRODUÇÃO

Queimadura é um ferimento da pele ou do tecido profundo, causado primariamente por calor, radiação, radioatividade, eletricidade, fricção ou contato com substâncias químicas ácidas ou básicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, as queimaduras estão entre as causas mais frequentes de anos de vida perdidos ajustados por incapacidade. Estima-se que aproximadamente 180 mil mortes anuais ocorram no mundo por queimaduras graves, e que pelo menos 10 milhões de pessoas sofram queimaduras não letais por ano, especialmente em países de baixa e média renda per capita. Homens se queimam mais frequentemente, mas mulheres e idosos apresentam maior risco de morte, se acometidas por uma queimadura de gravidade comparável. Crianças são particularmente vulneráveis a queimaduras por escaldamento, sendo esse tipo de ferimento o quinto trauma não letal mais frequente para a faixa etária. O principal fator de risco para a queimadura na população pediátrica é a supervisão adulta inadequada ou inexistente.1

A imensa maioria dos pacientes queimados não requer hospitalização. No primeiro atendimento a um paciente queimado, este deve ser cuidadosamente avaliado no intuito de definir se há necessidade de encaminhamento a uma unidade especializada em queimados, ou se o manejo ambulatorial é adequado.2

AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE

A avaliação inicial do paciente queimado deve seguir a rotina de atendimento usual do paciente traumatizado (ver Capítulo Ressuscitação Cardiopulmonar). Deve-se iniciar com as vias respiratórias, já que a lesão térmica direta das vias aéreas superiores pode produzir obstrução progressiva. Contudo, mesmo não havendo sinais de lesão térmica na face, a inalação de gases tóxicos, principalmente em vítimas de incêndio, pode levar à disfunção respiratória.3

Após a avaliação dos demais itens, segue-se com história clínica e exame físico dirigidos. São importantes as circunstâncias da queimadura (ambiente fechado ou aberto), sua etiologia e mecanismo (líquido inflamável, explosão, contato, outros), seu tempo de evolução, a avaliação da profundidade e extensão das lesões, a localização e a presença ou ausência de lesões associadas, fatores de risco, doenças preexistentes, bem como os primeiros socorros já instituídos.3

Determinação da profundidade da queimadura

A profundidade da queimadura costuma ser de difícil determinação, sobretudo no momento agudo. Mesmo para o examinador experiente, nem sempre é possível distinguir facilmente a queimadura de espessura parcial superficial, que epiteliza de forma espontânea, das queimaduras mais profundas, que exigem tratamento cirúrgico.4

  • Queimaduras superficiais (primeiro grau): apresentam apenas eritema e são dolorosas. Não são computadas para fins de cálculo de superfície queimada, nem para avaliação de critérios de internação. O exemplo mais comum são as queimaduras solares.

  • Queimaduras de espessura parcial superficial (segundo grau superficial, FIGURA 88.1): envolvem epiderme e derme papilar (correspondem, de modo aproximado, ao comprometimento do terço mais superficial da pele). São clinicamente reconhecidas pela presença de vesículas ou flictenas que, se rompidas, apresentam fundo rosado, uniforme e brilhante. ...

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