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Os distúrbios urológicos femininos incluem a incontinência urinária e o prolapso vaginal. É comum a coexistência de incontinência urinária e prolapso dos órgãos pélvicos na mesma paciente ou o desenvolvimento subsequente de um desses problemas. Neste capítulo enfatiza-se o prolapso dos órgãos pélvicos, uma vez que a incontinência urinária é descrita detalhadamente no Capítulo 30.
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O prolapso dos órgãos pélvicos consiste em protrusão desses órgãos (útero, bexiga e intestino) para dentro ou além do introito vaginal. As estimativas da prevalência são muito variáveis, dependendo da definição utilizada, da existência de sintomas, dos métodos epidemiológicos usados e da população estudada. O U.S. National Center for Health Statistics estimou que são realizadas mais de 250 mil operações para corrigir prolapso genital, não considerando a histerectomia. Com o envelhecimento populacional, cresce a importância desses problemas que afetam a qualidade de vida.
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A manutenção da continência e a prevenção de prolapso dos órgãos pélvicos dependem dos mecanismos de sustentação do soalho pélvico. A pelve óssea forma a base rígida sobre a qual todas as estruturas pélvicas repousam. Esses ossos incluem o íleo, o ísquio, os ramos púbicos, o sacro e o cóccix. É importante compreender e descrever a pelve óssea quando a mulher está em pé. Na posição ereta, as arcadas ósseas do desfiladeiro pélvico estão orientadas em um plano quase vertical (Fig. 40–1). Isso direciona a pressão das estruturas intra-abdominais e pélvicas para os ossos da pelve, em vez dos músculos e das inserções fasciais do soalho pélvico. Essa dispersão de forças minimiza a pressão aplicada na musculatura pélvica e as direciona para os ossos, mais adaptados para suportar o estresse cumulativo prolongado durante as atividades da vida diária.
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Sustentação músculo fascial
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Os músculos do soalho pélvico, principalmente os levantadores do ânus, desempenham um papel fundamental na sustentação dos órgãos pélvicos e participam ativamente das funções urinária, defecatória e sexual. O complexo muscular dos levantadores consiste nos músculos puborretal, pubococcígeo e iliococcígeo (Fig. 40–2). O músculo pubococcígeo origina-se nos ramos púbicos inferiores posteriores e tem sua inserção nos órgãos da linha média e na rafe anococcígea. O músculo puborretal também se origina no osso púbico, mas suas fibras estendem-se posteriormente e formam uma alça ao redor da vagina, do reto e do corpo perineal, resultando no ângulo anorretal e facilitando o fechamento do hiato urogenital. O músculo iliococcígeo origina-se no arco tendinoso do levantador do ânus (ATLA) e tem sua inserção na linha média, dentro da rafe anococcígea.
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