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O câncer de bexiga é o segundo câncer mais comum do trato geniturinário. Ele é responsável por 7% dos casos novos de câncer em homens e por 2% em mulheres. A incidência é mais alta em brancos que em afro-americanos, e há uma variação de classe social positiva para ambos os sexos. A idade média ao diagnóstico é de 65 anos. Nessa ocasião, aproximadamente 75% dos cânceres vesicais estão localizados na bexiga e 25% estão disseminados para gânglios linfáticos regionais ou para locais distantes.
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Fatores de risco e patogênese
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O tabagismo é responsável por 65% dos casos em homens e por 20 a 30% dos casos em mulheres. Em geral, os fumantes têm um risco de câncer de bexiga aumentado em 2 a 3 vezes em comparação aos não fumantes, e a associação parece estar relacionada com a quantidade. Acredita-se que os agentes causais sejam alfa e beta-naftilamina, que são secretadas na urina de fumantes. O risco de câncer de bexiga parece diminuir depois que se deixa de fumar, mas pode não alcançar os níveis daqueles que nunca fumaram.
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A exposição ocupacional é responsável por 15 a 35% dos casos em homens e 1 a 6% dos casos em mulheres (Matanoski e Elliott, 1981). Trabalhadores das indústrias químicas, de corantes, borracha, petróleo, couro e impressão têm risco maior. Entre os carcinógenos ocupacionais específicos estão incluídos benzidina, beta-naftilamina e 4-aminobifenila, e o período de latência entre a exposição e o desenvolvimento de tumor pode ser longo. Pacientes que receberam ciclofosfamida para o tratamento de várias doenças malignas também correm maior risco (Fairchild et al., 1979). A ingestão de adoçantes artificiais tem sido proposta como fator de risco, mas vários estudos não confirmaram a associação (Elcock e Morgan, 1993). O trauma físico do urotélio induzido por infecção, instrumentação e cálculos aumenta o risco de neoplasias malignas (Hicks, 1982).
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Os eventos genéticos exatos que levam ao desenvolvimento do câncer de bexiga são desconhecidos, mas, provavelmente, são múltiplos e podem envolver a ativação de oncogenes e a inativação ou a perda de genes supressores de tumores (Olumi et al., 1990). A perda de material genético no cromossomo 9 parece ser um achado constante em pacientes tanto com doença de baixo grau e estágio baixo de alto grau e estágio alto (Miyao et al., 1993; Tsai et al., 1990), o que sugere que isso pode ser um evento inicial no desenvolvimento do câncer de bexiga. A perda do cromossomo 9, em tumores múltiplos de um único paciente, dá suporte ao conceito de que as alterações genéticas no câncer da bexiga representam um “defeito de campo” que pode ocorrer em todo o urotélio. Estudos mais recentes, examinando mutações no gene supressor p53 em tumores primários, recorrentes e do trato superior, sugerem que ...