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A abordagem tradicional das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) baseia-se nos agentes etiológicos e enfatiza as diferentes classes, os gêneros, as espécies e as características microbiológicas. Essa abordagem é mais apropriada aos currículos das escolas de medicina, porque os agentes etiológicos englobam todo o espectro da microbiologia médica (vírus, bactérias, protozoários, ectoparasitas, etc.). Essa abordagem clássica frequentemente se prova difícil na prática clínica, quando é necessário considerar alguns tipos diferentes de agentes etiológicos no diagnóstico diferencial de um paciente.
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Este capítulo utiliza uma abordagem seletiva e prática. Como os pacientes apresentam-se com sinais e sintomas possivelmente causados por patógenos de diferentes classes microbiológicas, enfatizamos o diagnóstico e o tratamento das síndromes clínicas, em vez de seguir a abordagem do ensino tradicional (Quadro 16–1). O tema das DSTs é amplo, com pesquisas intensivas e farta literatura. Neste capítulo, enfatizamos os distúrbios mais importantes encontrados em urologia: uretrite, epididimite, úlceras e verrugas genitais, acrescidas de uma descrição sucinta da infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).
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Definição. A uretrite, ou inflamação da uretra, geralmente tem etiologia infecciosa. Nos casos típicos, os pacientes queixam-se de secreção uretral e disúria. Ao exame, a secreção pode ser purulenta ou mucopurulenta. As infecções assintomáticas são comuns (Center for Disease Control and Prevention [CDCP], 2006; McCormack e Rein, 2000). Os patógenos mais importantes são bactérias como Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.
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Exames laboratoriais. Os exames são recomendados para documentar uma doença específica, porque essas duas infecções precisam ser notificadas aos órgãos de saúde e o diagnóstico específico pode aumentar a adesão ao tratamento e a notificação dos parceiros (CDCP, 2006). O algoritmo diagnóstico tradicional inclui exame microscópico de esfregaço uretral corado por Gram para demonstração de diplococos intracelulares gram-negativos e cultura para N. gonorrhoeae. Nas populações de alto risco, os modernos testes de amplificação do ácido nucleico mostraram-se confiáveis para detectar N. gonorrhoeae e C. trachomatis na primeira urina da manhã (CDCP, ...