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A cirurgia minimamente invasiva tem desempenhado um papel importante na cirurgia urológica, com a aplicação disseminada e frequente de técnicas extracorpóreas (litotripsia por onda de choque), endoscópicas e laparoscópicas. Na última década, a introdução da assistência robótica tem alterado significativamente o panorama da cirurgia laparoscópica na urologia e, provavelmente, continuará a ter um papel importante no futuro.
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Apesar da variedade e da complexidade das operações factíveis com a laparoscopia tradicional, entre as suas limitações importantes se incluíam a visão bidimensional e a instrumentação com graus restritos de liberdade, bem como retroalimentação tátil (háptica) reduzida. Assim, os esforços iniciais limitavam-se a procedimentos de extirpação e ablação, ao passo que a reconstrução tecnicamente exigente, que requer suturas e ligações de nós intracorpóreas, era restrita basicamente a cirurgiões altamente experientes ou especializados.
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A ideia de se ter um aparelho que ajude a mão humana ou aperfeiçoe seu trabalho no que for possível não é nova. O termo “robô” é derivado da palavra tcheca robota, que significa “trabalho” ou “labuta forçada”, e foi introduzido pelo escritor Karel Capek. Isaac Asimov criou o termo “robótica”, embora a definição de um robô seja bastante variada. Elementos importantes de um robô incluem a possibilidade de programação, a flexibilidade e a capacidade de interagir com o ambiente. Então, robôs são, na maioria, sistemas computadorizados com capacidades mecânicas.
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No que diz respeito aos robôs cirúrgicos, há aqueles de controle compartilhado (o robô é principalmente um ajudante, como um segurador de câmera), os telecirúrgicos e os controlados por um supervisor. O primeiro robô utilizado em urologia foi o PROBOT, um exemplo do último tipo, que realizava ressecção transuretral da próstata por direções programadas no computador controlador. Os robôs usados atualmente são sistemas telecirúrgicos, ou patrão-escravo, nos quais o cirurgião controla os braços robóticos durante o procedimento a partir de um console remoto, e o robô é meramente um instrumento; assim, dada a falta de automação, os procedimentos realizados com tais máquinas podem ser mais bem categorizados como cirurgia assistida por robótica.
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A Computer Motion Inc. desenvolveu os sistemas cirúrgicos AESOP, que manejavam o endoscópio usando controle vocal ou mão/pé, e o ZEUS, que consiste em três braços robóticos presos à mesa de operações, controlados remotamente pelo cirurgião. Em 2003, a companhia foi adquirida pela Intuitive Surgical Inc., que foi fundada em 1995 e tinha desenvolvido o sistema cirúrgico da Vinci, composto de um console do cirurgião, torre de vídeo e computador e carrinho ao lado do paciente, com três ou quatro braços robóticos.
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A Figura 10–1 mostra o sistema da Vinci. Atualmente, ele é o robô cirúrgico mais utilizado, com quase 1.500 unidades em operação no mundo inteiro. O cirurgião senta-se ao console, onde é fornecida uma visão imersiva tridimensional do campo cirúrgico. O manejo ...