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ASPECTOS-CHAVE

Aspectos-chave

  • A meditação está listada oficialmente entre as práticas integrativas recomendadas pelo Ministério da Saúde (MS) em sua Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).

  • A meditação, em especial no formato de programas de intervenção com base em mindfulness (atenção plena), com linguagem laica e secular (não sectária), tem-se mostrado eficaz e custo-efetiva como terapia complementar ou opção terapêutica no campo da saúde, principalmente em relação às condições clínicas crônicas associadas ao estresse, transtornos de ansiedade, depressão, e dor crônica.

  • Programas de meditação e mindfulness, como iniciativas de promoção da saúde e gerenciamento do estresse, em particular na atenção primária à saúde (APS), e como partes integrantes do modelo de atenção às condições crônicas, podem ser potencializadas no Brasil pela participação ativa dos médicos de família e comunidade e equipes de APS, em especial no marco da PNPIC.

Caso clínico

Homem de 59 anos, gerente de uma loja de materiais escolares, em seguimento longitudinal para diabetes melito tipo 2 (DM2) e hipertensão arterial sistêmica (HAS), e com níveis moderados de sintomas de ansiedade e depressão, chega ao seu consultório relatando que iniciou prática de regular de meditação tipo mindfulness (atenção plena) em um programa em grupo com instrutor, de duração de 8 semanas. Ele lhe pede orientação, como seu médico da família e comunidade, se deve continuar ou não no grupo.

DO QUE SE TRATA

A meditação é encontrada em diversas tradições culturais, religiosas e filosóficas, como, por exemplo, no budismo e no estoicismo, a meditação tem sido cada vez mais integrada na prática clínica contemporânea de forma secular, laica e não sectária, principalmente na psicologia e na medicina. Embora a meditação seja praticada há pelo menos 3.000 anos e seja parte integrante do arsenal terapêutico de alguns sistemas tradicionais de medicina do oriente, apenas nas últimas décadas têm ocorrido esforços sistemáticos para sua integração nas intervenções clínicas dentro da medicina convencional.1,2

No Brasil, a meditação está oficialmente no rol de práticas integrativas da atual PNPIC desde 2017, vinculada mais especificamente à medicina chinesa, e é definida como “prática mental individual que consiste em treinar a focalização da atenção de modo não analítico ou discriminativo, a diminuição do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, promovendo alterações favoráveis no humor e melhora no desempenho cognitivo, além de proporcionar maior integração entre mente, corpo e mundo exterior”.3

A palavra meditação pode ser encarada como um termo “guarda-chuva” ou polissêmico, que inclui uma diversidade de definições e técnicas. Dahl e cols.4 propõem uma classificação para os tipos de meditação com base em três grandes grupos: 1) atencionais, cujo foco é o desenvolvimento da atenção plena; 2) construtivistas, que objetivam o cultivo de afeto positivo, incluindo a compaixão; e 3) desconstrutivistas, voltadas à autorreflexão e à obtenção de insight.

Cardoso e cols. preconizam uma definição mais operacional da ...

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