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1. APARELHO BRANQUIAL
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Como resultado do encurvamento no plano longitudinal do embrião, no final da terceira semana, estabelece-se o intestino primitivo anterior, e o coração em formação é deslocado para sua posição ventral (ver Figura 30.1 do Capítulo 30, “Sistema digestório”).
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A parte cranial do intestino anterior está em contato com o fundo do estomódio, sendo deste delimitado apenas pela membrana ectoendodérmica – membrana bucofaríngea, que se rompe naturalmente em torno do 24o dia, estabelecendo ampla comunicação entre o estomódio e o intestino anterior.
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No início da quarta semana, a porção cranial do intestino cefálico (região correspondente à futura faringe) apresenta-se comprimida dorsoventralmente. Nessa época, surge o desenvolvimento dos arcos branquiais à medida que células da crista neural migram para a região da cabeça e do pescoço. As células da crista neural, portanto de origem ectodérmica, envolvem a parte central do mesênquima dos arcos branquiais. Essa migração e o posterior intumescimento demarcam os arcos branquiais (Figura 28.1A). O mesênquima presente inicialmente nos arcos é de origem mesodérmica, e o derivado das células da crista neural, devido à sua origem, é chamado de ectomesênquima ou mesoectoderma. As células originadas da crista neural criarão estruturas específicas, como a cartilagem de Meckel do primeiro arco.
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Os arcos branquiais são, portanto, condensações que formam barras e crescem nas paredes laterais e no piso da faringe para estabelecer a futura região do pescoço do embrião (Figuras 28.2A e B).
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As condensações mesodérmicas dos arcos branquiais são separadas entre si externamente por sulcos branquiais e internamente por bolsas branquiais que aparecem no decorrer da quarta e da quinta semana (Figura 28.1B).
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O conjunto de arcos, sulcos, bolsas e membranas (região compreendida entre uma bolsa e um sulco) branquiais constitui o aparelho branquial.
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Os sulcos são de localização externa e são revestidos pelo ectoderma, e as bolsas, de localização interna, são revestidas do mesmo endoderma da faringe. O primeiro sulco e a primeira bolsa seguem-se ao primeiro arco e assim sucessivamente, em direção craniocaudal. Cada arco branquial desenvolve um eixo cartilaginoso, um músculo e ainda um nervo e um vaso (Figura 28.1B e C). O mesênquima dos arcos branquiais também forma mioblastos, que originarão fibras musculares esqueléticas.
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Os mioblastos dos arcos branquiais migram ...