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Os anexos embrionários de mamíferos são: o âmnio, o saco vitelino, o córion (parte fetal da placenta) e o alantoide. Essas estruturas, embora derivadas do embrião, não contribuem muito para a formação do seu corpo. Apenas a parte dorsal do saco vitelino será incorporada e formará o revestimento epitelial do intestino, ao passo que o alantoide, na sua porção intraembrionária, estará relacionado com a formação da bexiga e do úraco. Na descrição dos anexos embrionários, neste capítulo, trataremos fundamentalmente do caso humano.
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A cavidade amniótica é uma estrutura que aparece no final da primeira semana de desenvolvimento e forma uma bolsa acima do disco embrionário, cujo assoalho é o próprio ectoderma embrionário. Ela é formada por um epitélio pavimentoso simples, sendo revestida externamente pelo mesoderma extraembrionário. Esse mesmo mesoderma forma um pedúnculo embrionário entre a bolsa amniótica e o córion, que futuramente constituirá parte do cordão umbilical (Figura 26.1).
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Com os movimentos de flexões e dobras do disco embrionário para produzir o embrião tubular, a bolsa amniótica é puxada, envolvendo todo o embrião, e o pedúnculo embrionário se localiza na posição umbilical (Figura 26.1). Com o desenvolvimento embrionário gradativo, o âmnio ocupará toda a cavidade celômica extraembrionária (cavidade coriônica), fundindo-se com o córion.
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A cavidade amniótica é preenchida pelo líquido amniótico, que possivelmente tem origem materna. São várias as funções do líquido, ressaltando-se principalmente a lubrificação do embrião, que impede a aderência de tecidos fetais entre si e com as paredes do saco coriônico. A lubrificação facilita os movimentos fetais. No final da gestação, a quantidade de líquido amniótico pode chegar a 1 ou 2 litros, o suficiente para funcionar também como um amortecedor de choques.
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A aquisição do âmnio foi uma conquista fundamental para aqueles vertebrados que se desenvolvem fora da água (répteis, aves e mamíferos), permitindo-lhes lubrificação e proteção contra o dessecamento.
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O feto, durante todo o seu desenvolvimento no interior do útero, deglute o líquido amniótico, que é absorvido pelo seu trato digestório, passando para a circulação, excretado pelos rins, sendo eliminado outra vez para o saco amniótico pela urina.
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A ausência de líquido amniótico ou a sua quantidade excessiva pode revelar malformações congênitas. Por exemplo, na agenesia renal, haverá ausência de líquido amniótico, ao passo que, em uma atresia congênita do esôfago ou duodeno, a quantidade de ...