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Coluna cervical

INTRODUÇÃO

O conhecimento das características anatômicas e biomecânicas da região cervical é fundamental para a compreensão do quadro clínico, do diagnóstico e dos princípios de tratamento das afecções da coluna cervical. Neste capítulo, as doenças serão divididas em malformações congênitas, afecções inflamatórias, infecções, tumores, afecções degenerativas e estenose cervical e neuropraxia transitória no atleta.

MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS

As malformações da coluna cervical podem ocorrer de forma isolada ou associadas a outras malformações no sistema musculoesquelético ou em outros órgãos e sistemas. Costumam ser encontradas na síndrome de Down, na síndrome de Klippel-Feil, na doença de Morquio e na displasia espondiloepifisária. Também podem ser observadas em outras síndromes, mas com menor frequência.

Na coluna cervical alta, as anomalias congênitas da articulação atlantoaxial podem provocar instabilidade, como ocorre na aplasia ou na hipoplasia do odontoide, no os odontoideum, na occipitalização do atlas ou na frouxidão do ligamento transverso.

A hipoplasia do odontoide pode ocorrer com níveis variáveis de gravidade. Pode significar desde uma parada prematura do crescimento do ápice do odontoide até uma aplasia total. Dependendo do grau, a condição pode provocar instabilidade de C1-C2 por não permitir o funcionamento do ligamento transverso em evitar a translação anterior de C1 sobre C2.

Os odontoideum é a denominação dada a uma formação óssea que aparece sobre o ápice do processo odontoide hipoplásico. Para alguns autores, ocorre pela ausência da fusão entre o processo odontoide e o corpo do áxis; para outros, é adquirido por um processo inflamatório ou traumático antes do fechamento da sincondrose do odontoide. A manifestação clínica do os odontoideum é a instabilidade atlantoaxial. Em alguns casos, está associado a comprometimento neurológico progressivo, o que exige estabilização cirúrgica.

Occipitalização do atlas é a denominação dada para a fusão entre o occipício e o atlas. É geralmente parcial e ocorre entre o arco anterior do atlas e a borda anterior do forame magno. Na maioria dos casos, está associada a outras malformações, como impressão vertebrobasilar, vértebras em bloco e anomalias do processo odontoide. Na evolução, um traumatismo leve pode desencadear instabilidade atlantoaxial com subluxação progressiva. Na síndrome de Down, a presença de instabilidade atlantoaxial é comum. Ocorre em 20 a 40% dos portadores da síndrome. As radiografias cervicais dinâmicas em flexão e extensão auxiliam no diagnóstico. A instabilidade costuma estar associada à presença do ossiculum terminale (FIG. 2.1.1).

FIGURA 2.1.1

Radiografia de perfil de paciente portador de síndrome de Down com instabilidade de C1-C2.

A síndrome de Klippel-Feil clássica é caracterizada por redução da amplitude de movimento cervical, pescoço curto, implantação baixa do cabelo na nuca e fusão entre vértebras cervicais. Outras malformações podem estar associadas a essa síndrome, como escoliose congênita, costela cervical, deformidade de Sprengel ...

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