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Por ano, cerca de 150 em cada milhão de crianças com idade inferior a 20 anos são diagnosticadas com câncer. Para as crianças entre 1 e 20 anos, o câncer é a quarta principal causa de morte, depois de lesões não intencionais, homicídios e suicídios. Entretanto, a terapia combinada, incluindo cirurgia, quimioterapia e radioterapia, tem melhorado muito a sobrevivência, tanto que a taxa de sobrevida das neoplasias pediátricas por cinco anos é atualmente superior a 75%. Estima-se que, em 2020, um em cada 600 adultos será um sobrevivente de câncer na infância.
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Como as neoplasias pediátricas são raras, os ensaios clínicos colaborativos se tornaram a base para o planejamento do tratamento e dos avanços terapêuticos. O Children’s Oncology Group (COG), representando a união de quatro grupos associados pediátricos (Children’s Cancer Group, Pediatric Oncology Group, Intergroup Rhabdomyosarcoma Study Group e National Wilms Tumor Study Group), oferece protocolos terapêuticos atuais e busca responder a importantes questões de tratamento. Uma criança ou adolescente recém-diagnosticada com câncer deverá ser envolvida em um ensaio clínico colaborativo logo que possível. Uma vez que diversos protocolos estão potencialmente associados a toxicidades, morbidade e mortalidade significativas, o tratamento de crianças com câncer deverá ser supervisionado por um oncologista pediátrico familiarizado com os efeitos nocivos do tratamento, de preferência em um centro multidisciplinar de câncer infantil.
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Os avanços na genética molecular, na biologia celular e na imunologia tumoral têm contribuído de forma crucial para o contínuo entendimento das neoplasias pediátricas e de seus tratamentos. As pesquisas em progresso sobre a biologia dos tumores levará à identificação de terapias dirigidas a tipos específicos de tumores e, espera-se, com menos efeitos sistêmicos.
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A pesquisa em áreas de tratamento de suporte, como prevenção e controle de infecções, dor e êmese, tem melhorado a sobrevivência e a qualidade de vida de crianças submetidas ao tratamento de câncer. Estudos observacionais em longo prazo em sobreviventes de câncer na infância estão gerando informações que fornecem uma lógica para a modificação de futuros regimes de tratamento, no sentido de se diminuir a morbidade. Atualmente, encontram-se disponíveis diretrizes para o tratamento de sobreviventes de câncer na infância, para os profissionais de saúde e para as famílias, detalhando exames sugeridos e efeitos tardios de acordo com o tipo de terapia recebida.
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PRINCIPAIS DOENÇAS NEOPLÁSICAS PEDIÁTRICAS
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LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA
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A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia mais comum da infância, contribuindo com aproximadamente 25% de todos os diagnósticos de câncer feitos em pacientes com idades inferiores a 15 anos. A incidência mundial de LLA situa-se em torno de 1:25.000 crianças por ano, incluindo 3.000 crianças por ano nos Estados Unidos. O pico de incidência ...