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Anatomia macroscópica
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O intestino delgado, a porção do trato digestório que se estende do piloro até a valva ileocecal, é formado por três segmentos – duodeno, jejuno (dois quintos superiores) e íleo (três quintos inferiores). A anatomia, a fisiologia e a patologia do duodeno foram discutidas no Capítulo 23.
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O jejuno tem início no ligamento de Treitz. Jejuno e íleo ficam suspensos sobre o mesentério móvel coberto por um revestimento de peritônio visceral que se estende à superfície externa do intestino para formar a serosa. Não há uma demarcação definida entre jejuno e íleo; à medida que o intestino prossegue distalmente, a luz se estreita, a arcada vascular mesentérica se torna mais complexa e as dobras de mucosa circulares se tornam mais curtas e ocorrem em menor número.
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O mesentério contém gordura, vasos sanguíneos, canais linfáticos e linfonodos e nervos. O jejuno e o íleo são supridos pela artéria mesentérica superior (AMS). No interior do mesentério, ramos sofrem anastomose para formar arcadas, e pequenas artérias retas com origem nessas arcadas penetram pela borda intestinal mesentérica. O sangue venoso é drenado pela veia mesentérica superior (VMS), que se une à veia esplênica atrás do pâncreas para formar a veia porta.
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A drenagem linfática é abundante. Há agregados linfáticos de formato elíptico (placas de Peyer) na submucosa sobre a borda antimesentérica do íleo distal, e folículos menores são evidentes no restante do intestino delgado. Linfonodos regionais acompanham as arcadas vasculares e drenam para a cisterna do quilo.
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A inervação do intestino delgado é simpática (fibras dos nervos esplâncnicos maior e menor) e parassimpática (do nervo vago direito). Embora os dois tipos de inervação autonômica contenham fibras eferentes e aferentes, apenas os aferentes simpáticos parecem mediar a dor intestinal.
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Anatomia microscópica
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A parede do intestino delgado é formada por quatro camadas – mucosa (a mais interna), submucosa, muscular e serosa (a mais externa).
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A mucosa é caracterizada por pregas circulares com cerca de 10 mm de altura, denominadas válvulas coniventes, mais altas e mais numerosas no jejuno proximal, e que se projetam para a luz (Figura 29–1). Essas pregas, combinadas com a presença das vilosidades sobre a superfície da válvula conivente, aumentam a superfície de absorção em cerca de 8 vezes. Há cerca de 20 a 40 vilosidades/mm2. Elas têm de 0,5 a 1 mm de comprimento, e sua parede é formada por células epiteliais com minúsculas projeções denominadas microvilosidades. As células epiteliais incluem um eixo central que contém uma arteríola circundada por capilares sanguíneos e linfáticos, conhecidos como ductos lactíferos, e fibras com origem na muscular da mucosa. As microvilosidades (altura de 1 μm) amplificam o potencial de área de superfície absortiva para até 200 a 500 m2 (Figura 29–2).
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