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ANATOMIA

O baço é um órgão de cor púrpura escura, altamente vascularizado, com formato de grão de café, de origem mesodérmica, situado no quadrante superior esquerdo do abdome, na altura entre a oitava e a décima primeira costelas, entre o fundo do estômago, o diafragma, a flexura esplênica do colo do intestino e o rim esquerdo (Fig. 27–1). O baço de adultos pesa entre 100 e 150 g, mede 12 × 7 × 4 cm e, em geral, não é palpável. Está fixado a vísceras adjacentes, parede do abdome e diafragma por pregas ou “ligamentos” peritoneais. O ligamento gastroesplênico abriga os vasos gástricos curtos. Os demais ligamentos são avasculares, exceto nos pacientes com hipertensão porta ou mielofibrose.

Figura 27–1

Relações anatômicas normais do baço.

A cápsula esplênica é formada por peritônio sobre uma camada fibroelástica de 1 a 2 mm contendo poucas células musculares lisas. A camada fibroelástica envia à polpa numerosas bandas fibrosas (trabéculas) que formam a estrutura do baço. Estudos anatômicos demonstraram que o baço é formado por segmentos específicos com base no suprimento arterial, em número que varia de dois a seis, separados por um plano avascular.

A artéria esplênica entra pelo hilo do baço, ramifica-se nas artérias trabeculares e, então, nas artérias centrais que atravessam a polpa branca circundante, enviando ramos radiais à zona marginal periférica e à polpa vermelha mais distante. A polpa branca é formada por tecido linfático, incluindo células T, adjacente à artéria central (lâminas linfoides periarteriolares [PALS]), e a área circundante contém folículos linfoides ricos em células B entremeados por células dendríticas e reticulares importantes para a apresentação de antígenos. Os espaços vasculares da zona marginal entre as polpas vermelha e branca levam sangue para os cordões esplênicos de Billroth e para fora aos sinusoides associados. As estruturas vasculares da polpa vermelha têm membrana basal não contígua que filtra células, como eritrócitos senescentes, para os sinusoides revestidos por macrófagos.

Baços acessórios são encontrados em 10 a 15% da população normal e estão localizados principalmente nos ligamentos gastroesplênico, gastrocólico e lienorrenal, mas também podem ser encontrados em qualquer local da cavidade peritoneal no omento, no mesentério intestinal e na pelve. Baços acessórios provavelmente resultam de falha na fusão dos tecidos esplênicos embrionários. Normalmente irrelevantes, eles talvez tenham participação na recidiva de algumas doenças hematológicas para as quais se indica a esplenectomia. A retirada dos baços acessórios pode levar à remissão da doença nesses pacientes. Os baços acessórios são mais difíceis de identificar nos procedimentos laparoscópicos, mas o uso de uma porta manual tem permitido a identificação e a ressecção dos baços acessórios com abordagem minimamente invasiva. Os pacientes que não respondam à esplenectomia inicial devem ser examinados com hemácias marcadas com tecnécio 99m ou com plaquetas marcadas com índio 111 para localizar baços acessórios, que também podem ser identificados ...

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