++
O pâncreas desenvolve-se a partir da quarta semana de vida fetal da parte caudal do intestino primitivo na forma dos brotos pancreáticos dorsal e ventral. Ambos giram para a direita e sofrem fusão próximo do ponto de origem do pâncreas ventral. Mais tarde, à medida que o duodeno sofre rotação, o pâncreas migra para a esquerda. Nos adultos, apenas a porção caudal da cabeça e o processo uncinado têm origem no pâncreas ventral. A porção cefálica cranial e todo o corpo e a cauda derivam do pâncreas dorsal. A maior parte do ducto pancreático dorsal se une ao ducto do pâncreas ventral para formar o ducto pancreático principal (ducto de Wirsung); uma pequena parte persiste como ducto acessório (ducto de Santorini). Em 5 a 10% dos indivíduos, os ductos pancreáticos ventral e dorsal não se fundem, e a maior parte da secreção pancreática drena pelo ducto de Santorini e pelo orifício da papila menor. Nesse caso, apenas o pequeno pâncreas ventral drena para o colédoco por meio da papila de Vater.
++
O pâncreas é um órgão de formato elíptico que se encontra na região retroperitoneal no abdome superior (Figs. 26–1 e 26–2). Em adultos, ele tem 12 a 15 cm de comprimento e pesa entre 70 e 100 g. A glândula pode ser dividida em 3 porções – cabeça, corpo e cauda. A cabeça do pâncreas possui íntimo contato com a porção medial do duodeno e encontra-se anteriormente à veia cava inferior e aos vasos mesentéricos superiores. Uma pequena lingueta de tecido, o processo uncinado, situa-se atrás dos vasos mesentéricos próximos à sua emergência no retroperitônio. No plano anterior, o estômago e a primeira porção do duodeno recobrem parcialmente o pâncreas. O colédoco passa por um sulco posterior na cabeça do pâncreas adjacente ao duodeno. O corpo do pâncreas mantém contato posterior com a aorta, o pilar esquerdo do diafragma, a suprarrenal esquerda e o rim esquerdo. A cauda do pâncreas encontra-se no hilo esplênico. O ducto pancreático principal (ducto de Wirsung) se estende ao longo da glândula desde a cauda até a cabeça e une-se ao colédoco, imediatamente antes de entrar no duodeno pela ampola de Vater. O ducto pancreático acessório (ducto de Santorini) penetra o duodeno a 2 ou 2,5 cm superior à ampola de Vater (Fig. 26–1).
++++++
O suprimento sanguíneo para o pâncreas deriva de ramos das artérias celíaca e mesentérica superior (Fig. 26–2). A artéria pancreaticoduodenal superior tem origem na artéria gastroduodenal, segue paralela ao duodeno e, por fim, encontra a artéria pancreaticoduodenal inferior, ...