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Uma ferida aguda é o resultado da perda súbita da estrutura anatômica no tecido após a transferência de energia térmica, cinética ou química. Funcionalmente, uma ferida aguda deve passar pela fase de cicatrização para resultar em reparação completa e mantida. As feridas agudas ocorrem, em geral, no tecido normal, recém-lesionado. O processo de cicatrização de feridas agudas se completa dentro de 6 a 12 semanas. A maioria das feridas operatórias
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A cicatrização não ocorre completamente em uma ferida crônica. O processo de reparação tecidual é prolongado e patológico. O mecanismo comum é a desregulação de uma das fases de cicatrização normal de feridas agudas. Na maioria das vezes, a interrupção da cicatrização ocorre na fase inflamatória. Essa fase inflamatória prolongada pode ser devida à infecção da ferida ou a outra forma de irritação crônica. A hipóxia dos tecidos e da ferida é outro mecanismo importante para o desenvolvimento de uma ferida crônica. A falha na epitelização em função de traumatismos repetidos ou dessecação também pode resultar em ferida crônica de espessura parcial. Os cirurgiões podem converter uma ferida crônica em uma ferida aguda.
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Cicatrização de feridas clínicas
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Os cirurgiões frequentemente descrevem a cicatrização de feridas como primária ou secundária. A cicatrização primária ocorre quando a incisão é feita em tecido limpo e as bordas são anatomicamente reaproximadas. Ela também é conhecida como cicatrização por primeira intenção, e a reparação dos tecidos, em geral, ocorre sem complicações. A cicatrização secundária ocorre em feridas abertas, por meio da formação de tecido de granulação e eventual cobertura do defeito pela migração de células epiteliais. O tecido de granulação é composto por novos capilares, fibroblastos e uma matriz extracelular provisória, em que se forma a base da ferida inicial. Esse processo também é referido como cicatrização por segunda intenção. Feridas mais infectadas e queimaduras, geralmente, cicatrizam desse modo. A cicatrização primária é mais simples e necessita de um tempo menor para síntese de tecidos do que a cicatrização secundária. A cicatrização primária de feridas operatórias repara um volume menor do que uma cicatrização secundária de feridas operatórias abertas. Os princípios das cicatrizações primária e secundária são combinados no fechamento primário retardado, quando uma ferida é deixada aberta para cicatrizar em um ambiente cuidadosamente mantido úmido por cerca de cinco dias e, então, é fechada como se fosse uma ferida primária. As feridas tratadas com fechamento primário retardado apresentam menor probabilidade de infecção do que as feridas que se fecham imediatamente, porque o equilíbrio bacteriano é alcançado e as necessidades de oxigênio são otimizadas por meio da formação de novos capilares no tecido de granulação.
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Mecanismos de cicatrização de feridas
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O complexo processo de cicatrização de feridas normalmente ocorre por meio de coagulação e inflamação, fibroplasia, deposição de matriz, angiogênese, epitelização, ...