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A microbiologia médica diagnóstica ocupa-se do diagnóstico etiológico das infecções. Os procedimentos laboratoriais utilizados no diagnóstico de causas infecciosas em seres humanos consistem nos seguintes:
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Identificação morfológica do agente etiológico em amostras ou cortes de tecidos corados (microscopia óptica e eletrônica).
Detecção do agente etiológico em amostras de pacientes por teste de antígeno (aglutinação de látex, testes imunoenzimáticos, etc.) ou teste de ácido nucleico (hibridização de ácido nucleico, reação em cadeia da polimerase [PCR, do inglês polymerase chain reaction], sequenciamento, etc.).
Isolamento e identificação do agente infeccioso em cultura. Teste de suscetibilidade do agente por métodos de cultura ou ácido nucleico, quando apropriado.
Demonstração das respostas imunológicas humorais ou celulares significativas a determinado agente infeccioso.
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No campo das doenças infecciosas, os resultados dos exames laboratoriais dependem, em grande parte, da qualidade da amostra, do momento em que o material é coletado e transportado e dos cuidados com sua manipulação, bem como da capacidade técnica e da experiência da equipe laboratorial. Embora os médicos devam ser capazes de realizar alguns testes microbiológicos simples e cruciais (realizar montagens úmidas diretas de certas amostras, fazer um esfregaço com coloração de Gram e examiná-lo ao microscópio e semear uma placa de cultura), os detalhes técnicos dos procedimentos mais complexos devem ser deixados para microbiologistas treinados. Os médicos que tratam dos processos infecciosos devem saber como e quando coletar as amostras, quais os exames laboratoriais a serem solicitados e de que modo interpretar os resultados.
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Este capítulo discute a microbiologia diagnóstica para as doenças causadas por bactérias, fungos e vírus. O diagnóstico das infecções parasitárias é discutido no Capítulo 46.
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COMUNICAÇÃO ENTRE O MÉDICO E O LABORATÓRIO
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O diagnóstico microbiológico abrange a caracterização de milhares de agentes que provocam doenças infecciosas ou estão associados a elas. As técnicas empregadas para caracterizar os agentes infecciosos variam consideravelmente, dependendo da síndrome clínica e do tipo de agente etiológico que está sendo investigado, seja um vírus, uma bactéria, um fungo ou outro parasita. Devido à grande variedade de testes disponíveis para o diagnóstico de doenças infecciosas e à necessidade de sua interpretação, as informações clínicas são muito mais importantes para a microbiologia diagnóstica do que para a bioquímica clínica ou para a hematologia. O médico deve estabelecer um diagnóstico presuntivo em vez de aguardar os resultados de laboratório. Ao solicitar os exames, deve notificar a equipe do laboratório sobre o diagnóstico presuntivo (tipo de infecção ou agentes infecciosos suspeitos). As amostras devem ser adequadamente rotuladas, incluindo-se dados clínicos, bem como os dados de identificação do paciente (ao menos dois métodos de identificação definitiva) e o nome do médico solicitante, além de informações pertinentes para contato.
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Muitos microrganismos patogênicos crescem lentamente, podendo ser necessários dias ou mesmo semanas para seu isolamento e sua identificação. O tratamento não pode ser adiado até que esse processo tenha sido concluído. Após ...