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Demência é um comprometimento generalizado, adquirido e geralmente progressivo da função cognitiva. Essa condição difere de outros distúrbios da função cognitiva, como o coma (Capítulo 3) ou os estados confusionais (Capítulo 4), pelo fato de que o nível de consciência (vigília ou excitabilidade) está preservado na demência. Embora a prevalência da demência aumente com o avançar da idade (Figura 5–1), ela não é uma consequência invariável do envelhecimento e, em vez disso, resulta de doenças que envolvem o córtex cerebral, suas conexões subcorticais, ou ambos. O envelhecimento normal pode estar associado com alterações menores da função neurológica (Tabela 5–1) e com alterações neuroanatômicas, como aumento de tamanho dos ventrículos cerebrais e dos sulcos corticais, observado na tomografia computadorizada (TC) ou na ressonância magnética (RM) (Figura 5–2). No entanto, esses achados não são indicativos de demência. O termo leve comprometimento cognitivo (LCC) é usado para descrever déficits que são mais graves do que aqueles costumeiramente observados com o envelhecimento normal, mas não são pronunciados o bastante para justificar um diagnóstico de demência. Contudo, os pacientes com LCC têm um risco aumentado (cerca de 10% ao ano) de desenvolvimento de demência.
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Em contraste com a demência, que afeta múltiplas esferas da função cognitiva, também podem ocorrer distúrbios cognitivos mais limitados. Esses distúrbios incluem déficits na função da linguagem (afasia) ou motora (apraxia), ou da integração sensorial, que são abordados no Capítulo 1. A disfunção da memória (distúrbio amnésico ou amnésia), outro exemplo de defeito cognitivo circunscrito, é discutido neste capítulo. A memória também pode estar comprometida no envelhecimento normal e na demência, mas, no primeiro caso, o ...