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O coma é um estado semelhante ao sono, durante o qual os pacientes não respondem adequadamente ao meio ambiente e do qual não conseguem despertar. Os olhos estão fechados e não abrem espontaneamente. Os pacientes não falam, e não existe propósito nos movimentos da face ou dos membros. A estimulação verbal não produz resposta. A estimulação dolorosa pode não produzir resposta ou pode gerar movimentos reflexos sem propósito, mediados por vias medulares ou do tronco cerebral.
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O coma resulta de um distúrbio da função do sistema reticular ativador do tronco cerebral acima da metade da ponte ou de ambos os hemisférios cerebrais (Figura 3–1), uma vez que são estas regiões cerebrais que mantêm a consciência.
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ABORDAGEM AO DIAGNÓSTICO
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A abordagem ao diagnóstico do paciente comatoso consiste, inicialmente, das medidas emergenciais para estabilizar o paciente e tratar distúrbios que possam ocasionar risco à vida, seguidas de esforços para estabelecer um diagnóstico etiológico.
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TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA
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Como resumido na Tabela 3–1, o tratamento de emergência do paciente comatoso inclui os passos a seguir:
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Garantia de permeabilidade da via aérea. Isso é feito por uma rápida inspeção visual e determinação dos sinais vitais. Se a via aérea estiver obstruída, a obstrução deve ser removida, e o paciente, intubado. Se houver evidência de traumatismo que possa ter afetado a coluna cervical, no entanto, o pescoço não deve ser movido até que a estabilidade tenha sido estabelecida por meio de raios X da coluna cervical. Na presença de uma instabilidade da coluna e havendo necessidade de intubação, deve ser feita uma traqueostomia. A adequação da ventilação pode ser estabelecida pela ausência de cianose, por uma frequência respiratória superior a 8/min, pela presença de sons respiratórios à ausculta torácica, e pelos resultados da gasometria arterial e dos exames do pH (ver adiante). Se qualquer um desses parâmetros sugerir uma ventilação inadequada, o paciente deve ser ventilado mecanicamente. As determinações do pulso e da pressão arterial fornecem uma rápida avaliação do estado circulatório. Um distúrbio circulatório deve ser tratado com reposição de líquidos por via intravenosa e com fármacos vasopressores e antiarrítmicos, como indicado.
Inserção de um cateter intravenoso e coleta de sangue para exames laboratoriais. Estes devem incluir determinação da glicemia e dos eletrólitos do soro, testes de função hepática e renal, tempo de protrombina, tempo parcial de tromboplastina e um hemograma completo. Tubos extras de sangue também devem ser coletados para exames adicionais que possam ser ...