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OBJETIVOS
Identificar os principais hormônios secretados pelo pâncreas endócrino, suas células de origem e sua natureza química.
Compreender os mecanismos nutricionais, neurais e hormonais que regulam a liberação dos hormônios pancreáticos.
Citar os principais órgãos-alvo de ação da insulina e do glucagon, bem como seus principais efeitos fisiológicos.
Identificar a sequência temporal para o início e a duração das ações biológicas da insulina e do glucagon.
Identificar os estados patológicos provocados pela hipersecreção, pela secreção deficiente ou pela diminuição da sensibilidade à insulina e descrever as principais manifestações de cada um deles.
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O pâncreas é uma glândula exócrina e endócrina mista que desempenha um papel fundamental na digestão e no metabolismo, na utilização e no armazenamento dos substratos energéticos. Este capítulo trata da função endócrina do pâncreas pela liberação de insulina e glucagon, bem como dos mecanismos pelos quais os referidos hormônios regulam os eventos essenciais na manutenção da homeostasia da glicose. A manutenção dessa homeostasia assemelha-se à do equilíbrio do cálcio, discutida no Capítulo 5, em que diversos tecidos e hormônios interagem no processo regulador. No caso da glicose, o processo envolve um equilíbrio regulado entre a liberação hepática da glicose (a partir de degradação do glicogênio e gliconeogênese), a absorção dietética da glicose e sua captação e o processamento pelo músculo esquelético e pelo tecido adiposo. Os hormônios pancreáticos insulina e glucagon desempenham papéis fundamentais na regulação de cada um desses processos, e seus efeitos globais são, em parte, modificados por outros hormônios, como o hormônio do crescimento, o cortisol e a epinefrina (adrenalina). Além da insulina e do glucagon, o pâncreas endócrino também secreta somatostatina, amilina e polipeptídeo pancreático.
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O pâncreas é uma glândula retroperitoneal dividida em cabeça, corpo e cauda, localizada próximo ao duodeno. A maior parte da massa do pâncreas é constituída de células exócrinas, agrupadas em lóbulos (ácinos) divididos por tecido conectivo e conectados ao ducto que drena no ducto pancreático e no duodeno. As células exócrinas do pâncreas produzem e secretam um líquido alcalino rico em enzimas digestivas no intestino delgado. A principal função dessas enzimas consiste em ajudar no processo digestivo. Mergulhados no interior dos ácinos, encontram-se pequenos grupos altamente vascularizados de células endócrinas denominados ilhotas de Langerhans, nos quais predominam dois tipos de células endócrinas (β e α). As células β representam a maior parte da massa total de células endócrinas, e seu principal produto secretor é a insulina. As células α constituem cerca de 20% das células endócrinas e são responsáveis pela secreção do glucagon. Um pequeno número de células δ secreta somatostatina, e um número ainda menor de células secreta o polipeptídeo pancreático. A localização desses tipos celulares no interior das ilhotas exibe um padrão particular, com as células β localizadas centralmente, circundadas pelas células α e δ.
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O suprimento sanguíneo arterial ...