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A miastenia gravis (MG) é um distúrbio da junção neuromuscular (JNM) caracterizado por fraqueza e fatigabilidade dos músculos esqueléticos. O defeito subjacente é a redução no número de receptores da acetilcolina (AChRs) disponíveis nas INMs em razão de ataque autoimune mediado por anticorpos. O tratamento hoje disponível para a MG é altamente efetivo, embora a cura específica permaneça inalcançável.
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Na JNM (Fig. 440–1, Ver Vídeo 440–1), a acetilcolina (ACh) é sintetizada na terminação nervosa motora e armazenada em vesículas (quanta). Quando um potencial de ação se propaga por um nervo motor e alcança a terminação nervosa, a ACh é liberada a partir de 150 a 200 vesículas e se combina com os AChRs, distribuídos densamente nos picos das pregas pós-sinápticas. O AChR é formado por cinco subunidades (2α, 1β, 1δ e 1γ ou ε) dispostas ao redor de um poro central. Quando a ACh se combina com os locais de ligação no AChR, o canal no AChR se abre, permitindo a entrada rápida de cátions, sobretudo sódio, o que produz a despolarização na região da placa motora da fibra muscular. Se a despolarização for suficientemente intensa, ela dá início a um potencial de ação que se propaga ao longo da fibra muscular, desencadeando a contração do músculo. Tal processo é rapidamente interrompido pela hidrólise da ACh pela enzima acetilcolinesterase (AChE), presente no interior das pregas sinápticas, e por difusão da ACh do receptor.
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Na MG, o defeito fundamental é a redução no número de AChRs disponíveis na membrana muscular pós-sináptica. Além disso, as pregas pós-sinápticas mostram-se achatadas ou “simplificadas”. Tais alterações reduzem a eficiência da transmissão neuromuscular. Por isso, embora a ACh seja liberada normalmente, produz potenciais pequenos na placa motora que podem ser incapazes de desencadear potenciais de ação musculares. A incapacidade de transmissão resulta em fraqueza da contração muscular.
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A quantidade de ACh liberada por ...